
DEUS E O DIABO NA
TERRA DO SOL.
“Deus e o diabo na terra do sol” é a adaptação da Definitiva Cia. de Teatro para o filme homônimo de Glauber Rocha, que mudou os rumos do cinema nacional.
O primeiro material de trabalho da Definitiva Cia. de Teatro, para esta montagem, foi o conjunto formado pelo roteiro do filme, como publicado no volume Roteiros do terceyro mundo, de Orlando Senna (org.), e a trilha composta por Sérgio Ricardo em parceria com o próprio Glauber.
Do confronto desses dois materiais – distintos e complementares –, emerge o cerne conceitual da encenação: a música como material dramatúrgico em afinidade com o gênero épico de linguagem narrativa; linguagem esta que, de alguma maneira, já estava entre os interesses de pesquisa da Cia desde seu espetáculo de estreia “Calabar – o elogio da traição”, de Chico Buarque e Rui Guerra.
A encenação se apoia no trabalho atoral, com jogos que deixam perceber as cisões entre atores-narradores-e-personagens, bem como os mecanismos de construção da própria cena. Cenário, figurinos e iluminação aparecem como dispositivos da carpintaria do jogo apoiado, por sua vez, nos versos que abrem a peça: "Vou contar uma história / Verdade e imaginação".
A montagem, premiada em diversos festivais pelo país, fez sua estreia no Rio de Janeiro em maio de 2014, no segundo semestre do mesmo ano circulou por nove unidades SESCs do estado. Em 2016 teve uma temporada no Teatro João Caetano.









QUESTÃO DE CRÍTICA
Resumo: O ensaio procura analisar a recente montagem teatral de Deus e o Diabo na terra do sol, baseada no filme de Glauber Rocha lançado em 1964, à luz dos princípios da “estética da fome”, apresentados pelo cineasta em texto homônimo de 1965. O ensaio defende que a “estética da fome” preserva uma inegável atualidade, continuando relevante para se pensar alternativas ao modelo contemporâneo de produção teatral no Brasil.
REPORTAGEM GLOBO TEATRO
O baiano Glauber Rocha (1939-1981) tornou-se praticamente um sinônimo do cinema brasileiro ao lançar em 1964 seu segundo longa-metragem, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, uma alegoria da sociedade brasileira realizada através da história do vaqueiro Manoel e sua mulher Rosa, que seguem pelo sertão nordestino em meio às disputas entre latifundiários, religiosos e cangaceiros.

Foto: Luan Dutra
FICHA TÉCNICA:
Argumento: Glauber Rocha
Diálogos: Glauber Rocha e Paulo Gil Soares
Música: Glauber Rocha (letra) e Sérgio Ricardo (música)
Dramaturgia: Jefferson Almeida e Tamires Nascimento
Direção: Jefferson Almeida
Ass. de direção: Tamires Nascimento
Direção musical: Renato Frazão
ELENCO
Betho Guedes como Cego Júlio
Jefferson Almeida como Corisco
João Vítor Novaes como Coronel e Figura
Marcelo de Paula como Manuel
Paula Sholl como Mãe e Dadá
Tamires Nascimento como Rosa
Atores convidados:
Daniel Chagas como Antônio das Mortes
Dênis Pinheiro como Sebastião
Raphael Marins como Coronel Morais e Padre
Preparação vocal: Laura Lagub e Yves Baeta
Treinamento de ator: Daniel Chagas
Cenário: Lia Farah e Rodrigo Norões
Figurinos e adereços: Arlete Rua e Thaís Boulanger
Confecção de bonecos: Carlos Alberto Nunes
Cenotécnica: Margareth Moura Barbosa
Costureira (cenário): Claudia Phoenix
Visagismo: Rodrigo Reinoso
Iluminação: Yuri Cherém e Lívia Ataíde
Operação de luz: Lívia Ataíde
Músicos: Renato Frazão e Michel Nascimento
Produção: Jefferson Almeida e Tamires Nascimeto
Realização: TEM DENDÊ! Produções